sábado, 15 de dezembro de 2012

Relatório do TCM / PROCAP aponta diversas irregularidades no município de Tejuçuoca

Operação conjunta do TCM e Procap apresentou ontem relatório da conclusão dos trabalhos

Atraso na remuneração dos servidores, pagamento por obras não concluídas (assinaturas antecipadas de cheques) e processos licitatórios ilegais. Estas foram as principais irregularidades verificadas pela Operação Anti-Desmonte, promovida pela Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) e pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). A conclusão dos trabalhos foi apresentada, na sede do TCM.



Foram levantados indicadores de crimes e improbidade administrativa no período pós-eleitoral em 39 municípios. Agora, os processos serão ajuizados para as respectivas comarcas, a fim de que se julgue os casos de peculato, fraude de licitação e falsidade ideológica, na área criminal, e ainda a apropriação de recursos públicos e violação dos princípios constitucionais (moralidade, legalidade e impessoalidade), no âmbito da improbidade administrativa.


O balanço final da operação, que objetivou identificar problemas relacionados à prática conhecida como "desmonte", foi apresentado pelo presidente do TCM, Manuel Veras; o chefe da Procap, procurador José Maurício Carneiro; a procuradora do TCM, Leilyanne Brandão, e os promotores da Procap, Luiz Alcântara e Eloilson Landim. Ao todo, foram apresentados 125 mil folhas de documentos sobre as denúncias.

O procurador José Maurício Carneiro observou que foram verificadas irregularidades em todos os municípios fiscalizados pela operação conjunta, que teve início em 22 de outubro passado. Como ações práticas, ressaltou que as atividades resultaram, de imediato, no afastamento dos prefeitos de Granja, Hélio Fontelenele e Uruburetama, Gilvan Pires Nunes, bem como foram impetradas ações civis públicas contra os prefeitos de Barroquinha, Ademar Veras e Chaval, Janaline Pacheco. A relação dos municípios relacionados se restringe apenas ao trabalho de fiscalização da força-tarefa do Procap e TCM.

Houve também o pedido de bloqueios de contas, mas que ainda se encontram para apreciação pela Justiça. No caso de municípios que tiveram pedidos de contas bloqueadas, como é o caso de Canindé, dentre outras cidades, o chefe da Procap lembrou que essa iniciativa aconteceu antes da conclusão dos trabalhos.

"Os passos seguintes serão dados para análise dos processos e é muito provável que, até a próxima semana, mais prefeituras tenham suas contas bloqueadas ou até mesmo com afastamento de prefeitos", disse o chefe da PROCAP, Procurador José Maurício Carneiro.

Ele salientou que a conclusão dos trabalhos não significa que novas denúncias não sejam acolhidas pelo Ministério Público e o TCM, de modo a promover consequências para os responsáveis por irregularidades.

A procuradora informou que, na experiência de campo, foram observadas que as práticas irregulares passaram a ser bem mais aprimoradas, onde prevalecem meios de maquiar, camuflar e ludibriar a fiscalização. "Agora, há uma cultura de que é possível nos enganar. Nós aumentamos nossa fiscalização, mas houve também o aparecimento de uma crença de que é possível nos ludibriar", disse.

Malha fina

O promotor Luiz Alcântara também sugeriu medidas que não apenas possam prevenir os crimes e a improbidade administrativa como coibir. Ele disse que deve haver maior controle interno, com a admissão de contadores e advogados através de concursos públicos, como também maior alcance da contabilidade virtual. Conta que há até casos de apropriação indevida de CPF e CNPJ para atribuir falsos pagamentos por serviços prestados, que somente são descobertos quando caem na malha fina da Receita Federal. "Isso geralmente acontece com pagamentos de baixo valor, ou seja R$ 10 mil, que ficam isentos de fiscalização. No entanto, a prática acontece com mais de sete pessoas, o que já significa um desvio considerável de verbas, principalmente quando se trata de um município de pequeno porte", destacou.

O promotor entende que o descompasso com a contabilidade física está se criando uma porta aberta para o desvio de recursos públicos, como também compreende que se está favorecendo a fuga do regime geral da Previdência por um regime próprio. A medida consiste em parcelar as dívidas contraídas pela gestão com a aprovação da Câmara de Vereadores. "Isso é uma forma de legalizar os desvios de recursos públicos", asseverou.

10 equipes especiais foram mobilizadas para o trabalho

A Operação teve por objetivo apurar, em razão de denúncias chegadas aos órgãos, possíveis práticas de desestruturação das máquinas publicas municipais. A fiscalização atuou com uma matriz de risco elaborada pelos órgãos parceiros. Foram priorizadas as denúncias encaminhadas, quer formalmente, quer informalmente. Também foi dada atenção a requerimentos expedidos pelo Ministério Público e do Poder Judiciário, bem como informações veiculadas pelos diversos meios de comunicação.

Um total de 10 equipes especiais, compostas por cerca de 70 técnicos das áreas de contabilidade, pessoal e engenharia se mobilizaram de 22 de outubro até ontem, quando foi dado como encerrados os trabalhos.

Restos a pagar

Apesar do resultado favorável das atividades, Manuel Veras ainda manifestou preocupação com a aplicação do artigo 42 da Lei da Responsabilidade Fiscal, referente aos "restos a pagar", que são endividamento decorrentes de prestações de contas sem contrapartida da gestão.

"Infelizmente, essa é uma situação que somente vamos verificar ao final das atuais administrações", afirmou o presidente do TCM. "O importante é que demos um passo valioso para evitar a desestruturação do serviço público", ressaltou. Ele elogiou a ação imediata do Ministério Público nas cidades cearenses.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - 15/12/2012
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1214406

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Cid destaca Domingos Filho como “amigo, irmão e companheiro de todas as caminhadas”



No Palácio Iracema, quem tem dado provas de prestígio político é o vice-governador Domingos Filho (PMDB). No lançamento do Conjunto Cidade Jardim, nesta semana, no Conjunto José Walter, em Fortaleza, o governador Cid Gomes se referiu ao seu vice como “amigo, irmão, leal, correto e companheiro de todas as caminhadas”.
Houve quem entendesse como um recado político de olho no processo sucessório 2014, onde o presidente regional do PMDB, senador Eunício Oliveira, tem dito que está como candidato natural à sucessão de Cid Gomes e que não abriria mão dessa peleja.
Já Domingos Filho, que também não esconde o desejo de disputar o Governo do Estado, deixa logo claro que, sobre o processo, seguirá o que Cid Gomes determinar. O que se fala nos bastidores é que Cid permanecerá no governo para eleger, sem maiores problemas, o candidato da sua preferência. Na  cotação, por exemplo, o secretário nacional dos Portos, ministro Leônidas Cristino.
Tudo, no entanto, é cenário que, feito nuvem no céu, muda de acordo com o tempo.